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sábado, 16 de junho de 2012

O Conjunto Desconjuntado - Parte I


O Conjunto Desconjuntado

Quando a gente pensa na nossa moradia, imaginamos tudo de bom para ela, uma boa localização, um lugar sossegado e o mais importante de tudo, seguro e  que possamos desfrutar o máximo de paz.
Isso tudo também foi o que Edgar sempre sonhou ao sair do interior da Bahia, procurou muito, muito...  conseguindo realizar o seu desejo de um apartamento próprio e num lugar bom e bem localizado.
Logo no início, quando trouxe a sua mudança, chegou todo empolgado, cumprimentando porteiros, vigias, faxineiros e até os animais se pudesse;  achava lindo os grupos de pombos que se aninhavam nos fios; os gatos, todos bem cuidados; até os cachorrinhos de raça; ficou muito empolgado com o amor que as pessoas tinham para com a natureza.
Quando desarrumou a mudança, colocando tudo em seu devido lugar, percebeu que o vizinho de baixo, um capitão da policia aposentado, estava tentando fazer um puxadinho, - aquele “armengue” que os espertos que moram no térreo invadem e colocam um jardim particular, uma suíte, quarto e tudo que possa vir à cabeça –  notando que iria sair prejudicado, pois a tal obra iria tomar toda parte inferior do seu quarto.
Nosso amigo foi comentar com ele, o tal do policial arvorou-se e vociferou para todo prédio ouvir:   - Mal você chegou e já está procurando confusão!
O assustado rapaz comunicou que ia procurar a justiça para ver se isso é correto, o dito cujo gritou mais ainda:  - Eu te enfrento em qualquer lugar! Não venha, não!
 Isso foi uma verdadeira ducha da água fria, quanto ao seu sonho de “lar doce lar”.
A sua vizinha de corredor, Sandra, era uma antiga conhecida, da época de faculdade, foi um grande conforto para o nosso personagem, a amizade era tanta que ele também conhecia o eterno noivo da garota, Fuxiko.
Dez anos de noivado e o apartamento da vizinha era o sonho realizado desse velho casal, consolidando mais a união deles, contudo o noivo da vizinha gostava mesmo era de uma fofoca, não podia ver Edgar passar que saía com um rosário de perguntas; para onde ia; que horas voltava e quando o encontrava nos jardins do conjunto era o maior inquérito.
Os vizinhos de cima, eram pessoas que não pagavam condomínio, tinham o apartamento como herança do avô, uma verdadeira herança maldita para todos que tinham o desprazer de dividir o condomínio com esse pessoal, porque as parcelas mensais de manutenção do prédio eram desprezadas, como se não bastasse isso, eles tinham uma filhinha e um cão vira-lata, os dois passavam o dia inteirinho pulando, o cachorro chorava a noite todinha e ainda de manhã cedo a menininha acordava para sair pulando pelo apartamento, quem morava embaixo pesava que tivesse um sapo gigante, pois o barulho ecoava no andar debaixo;
Depois de alguns meses de sofrimento, veio ainda o pior  parte, uma goteira intermitente teimava pingar do banheiro de cima, apesar de inúmeras promessas de recuperação do seu ambiente de banho, eles enganavam e iam empurrando o problema durante anos, as coisas iam piorando, até que Edgar resolveu procurar a justiça. Após muitas idas e vindas, pelo menos esse problema foi sanado, onde o nosso personagem ganhara mais um tempinho de paz.

Marcelo de Oliveira Souza


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