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domingo, 17 de junho de 2012

O Conjunto Desconjuntado - Parte Final


Contudo a pirraça continuava, eles jogavam no telhado do puxadinho do capitão tudo que era lixo, até carne podre com “morotó”  se desfaziam dessa forma; as fezes do animal e cotonetes era todo dia que aparecia no telhado, quem se prejudicava mesmo  era justamente o nosso amigo, que mandava o militar limpar e o dito cujo dizia que quem tinha que limpar era quem jogou e nesse jogo de empurra o síndico sempre era solicitado para mandar limpar o local, ou melhor a invasão militar.
A paz no conjunto desconjuntado era difícil, pois onde os moradores não respeitam o direito dos outros, você sabe como é...
As áreas de jardins até eram boas, mas como lá eles acham que o que é comum não é de ninguém, teve gente que resolveu tomar uma parte da praça para fazer um bar, o dono prometera fazer inúmeras atividades, mas a maior atividade mesmo era a do seu bolso, era um tal de entrar dinheiro... Tudo o homem cobrava, era uma maravilha para a sua conta bancária.
As dependências e corredores, alguns moradores tomam  conta, durante à noite principalmente; eles desfilavam com os simpáticos animaizinhos  que saiam  defecando por todos os cantos, os vizinhos  quando  iam reclamar, decretavam  uma verdadeira  sentença para a inimizade, entrando na lista negra dos desconjuntados.
Os gatinhos de tão bem alimentados, resolveram procriar, procriar... Era gato para tudo quanto é canto, comida e água não faltavam, para eles, os pombos e os mosquitos da dengue, que eram o que mais gostavam da água limpinha, tanto que o surto de dengue foi certo, só faltava saber quem não teve essa terrível doença.
Como o condomínio era antigo, ele foi projetado para ter um número reduzido de carros, e como hoje quase todo mundo de classe média tem carro, a celeuma começava desde cedo, de noite as pessoas tinham medo de sair para não perder a “vaguinha”; no final de semana, os namorados, amantes e afins quem vinham fazer visita, colocando o carro no minúsculo estacionamento,  era caminho para mais confusão! Carros eram impedidos  de sair de manhã cedo ou em caso de uma necessidade a pessoa ficava sem retirar o seu veículo, se quisesse sair com o carro tinha que ir catar o dono na cama, se soubesse onde mora.
E aí você pergunta:  - E os vigilantes não fazem nada?
Quando eles se arvoram a impedir a entrada de quem não morava no ambiente, o “pau comia”, porque quem não tinha veículo achava-se no direito de ter vaga e quem tiinha veículo não conseguia a vaga ao chegar, colocando assim o carro em qualquer canto, resultando em arranhões e até colisões, mas ninguém achava o culpado.
Como o culpado nessa hora some, a devida culpa era transferida para os vigilantes, que sequer saiam da guarita para acompanhar os carros.
Nesse lugar ninguém se entendia mesmo, até um simples ato de acompanhar as crianças no parquinho infantil era uma confusão, os moradores de fora invadiam o local, colocavam seus rebentos lá e não queriam tirá-los, os porteiros fingiam não ver, toda essa calamitosa situação.
Se você pensa que os adolescentes estavam fora desse mundo de problemas está muito enganado, os meninos se sentiam donos da situação ou da bagunça, faziam o que queriam e se algum morador ainda resolvesse reclamar, no outro dia o carro dele aparecia riscado, na melhor das hipóteses, fora que se os responsáveis dele resolvessem tomar as dores e cortar relações, criando mais um inimigo desconjuntado.
Muitos perguntam ao nosso herói porque ele não sai de lá, mas ninguém está organizando as finanças de ninguém para saber o que se passa no bolso de cada um, pois o rapaz comprou o seu primeiro apartamento com muito custo e ainda vai passar trinta anos de muito aborrecimento e sufoco para vencer esses enormes desafios.


Marcelo de Oliveira Souza



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