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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

ChatÍSSIMO


ChatISSIMO

De um tempo para cá ninguém mais aguenta tanto calor na cidade de Salvador, todos se armam como pode, uns procuram ventiladores, outros mais afortunados, vão atrás dos  ar- condicionados.

Como Maurício é   muito calorento, e  já passou há muito tempo da fase dos ventiladores, que no verão parecem que sopram mais devagar, onde a  gente coloca no máximo,  não vendo nenhum resultado, ele começou  a pesquisar os  ar condicionados, engendrando  no mundo das  BTUs , procurando   a diferença do ar-condicionado dito portátil e o sprinter.

Ele ponderou  muito sobre as vantagens  de um e  de outro, até que decidiu, pelo portátil, saindo à  procura do salvador da pátria, ou do calor.

O rapaz procurou demais, até que um dia viu  aquele garotão assoprando com aquele bafo gélido para todos que passam,   num dos maiores shoppings da cidade.

O desespero bateu, ele comprou  aquele baixinho de quatro rodas, saiu todo maravilhado, passou  a tarde todinha tentando instalá-lo,  até que conseguiu,  tendo  que modificar  tudinho no quarto por causa da estrela do bafo gélido, que  ficou apertado, saiu a cadeira que  ficava junto à escrivaninha   e entrou o ISSIMO, com todo o vigor.

A cadeira preta com braços, foi para a sala, para ver qual seria o seu destino;  com o tempo, ela começou a riscar toda a parede, já o  nosso amigo baixinho, gastava muita energia, de cento e cinquenta reais   a energia pulou para trezentos  valorosos reais, que horror!

Nosso calorento amigo  começou a olhar o danado com outros olhos, a cada tempo que passava ele ficava maior, na sua  visão, a conta de luz também.

Até que um dia, Maurício viu   a cabeça do danado do Sérgio Malandro gritando encima de um carro de bebê, e a propaganda sugerindo a venda das tranqueiras.

Então ele  olhou  para o  "ar" e disse, não é que você modificou a nossa rotina todinha, só falta colocar  a cabeça do Supla e gritar: - Papito!

Assim, ele  mandou   ver no anúncio! Adeus arrrrrrrrrrrrrrrrrrr...

Pouco tempo depois um homem de Itaparica liga e pede a redução do valor, como já havia  colocado o ar muito abaixo do valor do mercado, ele não aceitou.

Apareceu  outro de nome Tavares, que no dia  seguinte  apareceu , estava lá todo garboso, com a sua esposa, quando Maurício viu  que ele estava acompanhado pela cônjuge, ficou  mais tranquilo  para abrir a porta.

O homem testou o produto e gostou,  pediu uma nota fiscal, o nosso amigo  disse que tinha a nota  antiga, decidiu  riscar o CPF para não ter futuras complicações, Tavares,  o comprador,  aceitou e  saiu carregando o troço  sozinho, tentou ajudá-lo, mas o homem  não quis, pegando  o bichinho pela frente,  se molhando  todo, mas foi até o seu veículo, indo embora.

Dois dias depois ele liga  para Maurício dizendo que o ar condicionado não funciona, ainda questionou que ele  deveria ter vendido o aparelho com defeito e que  não ia ficar no prejuízo, pois ia procurar os direitos dele.

O clima esquentou, mas como o  santo dele é  forte, o produto ainda estava na garantia, então nosso personagem  sugeriu que fossem  à loja, pois lá havia  contato direto com a assistência técnica.

A chegar ao caminho da loja, ele   pediu  a nota para Tavares  para apresentar na loja , o homem  disse que ia entregar na empresa, ao chegar lá  Maurício fez uma estratégia, usou   outra nota fiscal original que possuía  , pois sabia que a riscada não tinha valor, mas mesmo assim pediu a do comprador indolente, pois ele o  tinha ameaçado de  agir contra a sua  pessoa.

Quando saíram  do estabelecimento,  nosso personagem  foi logo para o lado oposto do shopping , pois  quando  Tavares   se lembrar  do vacilo de ter entregado a nota fiscal, nosso amigo já teria ganhado o mundo.

Não demorou dois minutos ele ligou para Maurício, pedindo a nota, que  falou  para o incauto comprador  que não ia dar, pois sabia que ele não tinha boas intenções para com  o nosso calorento vendedor. Tavares   disse que não era moleque,  Maurício  disse que se  ele    não confiava na sua pessoa  , então porque iria confiar no dito cujo?

Tavares não gostou nada, mas foi obrigado a aceitar e assim o tempo passou...

 Mauricio ligava semanalmente para a oficina e só davam uma resposta: - Está esperando peça de São Paulo, enquanto Tavares ligava para nosso amigo para ouvir a mesma resposta.

No final do ano nosso amigo ligou para a bendita oficina e eles disseram que já estavam levando para a loja.

AnimadISSIMO, Maurício ligou para Tavares, dizendo que o suplício terminara, que o cahatISSIMO tava saindo da quarentena.

Quando o rapaz ligou para confirmar na loja do shopping , eles disseram que foi um engano, que o ar era de um  outro Mauricio e que a  tranqueira de Tavares ainda estava esperando peça!

E agora? Para falar com o comprador? O jeito foi falar a verdade, pois a verdade é sempre o certo, sendo incômodo ou não.

Tavares aceitou, pois não havia jeito...

O tempo passa, Maurício  liga para oficina e por sua vez Tavares liga para ele... Virou o ano e nada...

Lá para fevereiro, nosso personagem liga para a bendita oficina n o v a m e n t e ,  eles dizem a mesma coisa:

- Estamos espertando peça...

Pouco tempo depois, Tavares liga para Maurício e ouve que estão no aguardo de peça.

O homem não gostou, falou que isso era palhaçada, passar três meses sem o produto, foi aí que Maurício estourou!

Saiu tudo que estava trancado na garganta, disse não ter culpa do comprador avariar o produto, que tava tentando resolver o problema e saiu um monte de coisa...

O comprador disse que queria o dinheiro de volta, o vendedor disse que não ia dar, em resposta sofreu até ameaças e terminou a conversa.

No outro dia, ligam para Maurício:

-Olá senhor, seu pentelho está pronto!

O susto foi grande para nosso personagem, que ligou imediatamente para o  problemático, que também não acreditou, marcando para pegar o produto no final da tarde.

Marcaram dentro da loja, testaram o ar e estava tudo certo...

Depois de tanto tempo, o pesadelo termina, mas a lição fica, pois vender produtos pela INTERNET, Papito, pode dar mais prejuízo do que lucro.

 

 


 


Marcelo de Oliveira Souza

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