O Fantasma Beberrão
Sempre quando passava na barraca da esquina tinha um homem chamado João, ele era aposentado de uma estatal na Bahia e ficava ali curtindo as suas “férias permanentes”, não tinha quem o tirasse do seu clube, assim que ele chamava o seu aprazível lugar.
Com as suas economias, nosso amigo comprou dois apartamentos num conjunto residencial no centro de Salvador, um ele alugava e o outro ele morava.
Para preencher o seu tempo intercalando com o seu “clube” ele também assumiu a frente do condomínio, sendo síndico.
Só que nosso amigo não dava muita importância ao ato de gerir a morada, ele queria tirar um proveito nas contas que administrava em nome dos moradores.
Parece que naquela cabecinha careca a esperteza fomentava, sempre tinha uma novidade.
O local é vizinho de uma favela, cujo pessoal da invasão tinha uma criação de galos de briga, só que para as aves esticarem as pernas”, eles deixavam os bichos ciscarem no nosso terreno.
Foi a oportunidade de João comer “galo ao tucupi”, ele armou-se com um anzol e espetou um milho, ficando a esperar lá de cima da janela, quando o bicho bicou ele puxou e pescou a ave.
O favelado depois de um tempo deu por falta, foi a maior confusão no conjunto, mas o homem não sabia quem tinha sido o culpado e saiu esbravejando e ameaçando todos, mesmo estando errado em criar galo no terreno do prédio.
Certa vez começou a faltar água e a gente ligou para a empresa e disseram que há anos não tinha feito o pagamento, até a conta tivera sido extinta.
A gente nunca ia saber ser não ligasse para a empresa de saneamento, pois o tal do beberrão descobriu um lençol freático no lugar e canalizava-o para o nosso tanque.
Foi um verdadeiro pandemônio quando descobrimos o ocorrido, fizemos o homem pagar na raça, mesmo assim ele nunca se emendava.
Depois de tantas aventuras e estripulias, o coração do nosso amigo não aguentou e teve uma síncope vindo a falecer, deixando dona Joana aliviada, pois ela não aguentava mais as confusões do marido, foi aí que ela veio dizer que eles moravam juntos, mas não eram casados há muito tempo.
A “marvada” da bebida era um grande empecilho para o relacionamento deles, mas mesmo assim quando passamos no bar da esquina percebemos o lugar dele vazio com um jornal esticado, da mesma forma que ele fazia e de vez em quando viúva passa por ali e nós ouvimos um fiu-fiu... , ela jura que é João o nosso Fantasma Beberrão.
Marcelo de Oliveira Souza,IWA
Sempre quando passava na barraca da esquina tinha um homem chamado João, ele era aposentado de uma estatal na Bahia e ficava ali curtindo as suas “férias permanentes”, não tinha quem o tirasse do seu clube, assim que ele chamava o seu aprazível lugar.
Com as suas economias, nosso amigo comprou dois apartamentos num conjunto residencial no centro de Salvador, um ele alugava e o outro ele morava.
Para preencher o seu tempo intercalando com o seu “clube” ele também assumiu a frente do condomínio, sendo síndico.
Só que nosso amigo não dava muita importância ao ato de gerir a morada, ele queria tirar um proveito nas contas que administrava em nome dos moradores.
Parece que naquela cabecinha careca a esperteza fomentava, sempre tinha uma novidade.
O local é vizinho de uma favela, cujo pessoal da invasão tinha uma criação de galos de briga, só que para as aves esticarem as pernas”, eles deixavam os bichos ciscarem no nosso terreno.
Foi a oportunidade de João comer “galo ao tucupi”, ele armou-se com um anzol e espetou um milho, ficando a esperar lá de cima da janela, quando o bicho bicou ele puxou e pescou a ave.
O favelado depois de um tempo deu por falta, foi a maior confusão no conjunto, mas o homem não sabia quem tinha sido o culpado e saiu esbravejando e ameaçando todos, mesmo estando errado em criar galo no terreno do prédio.
Certa vez começou a faltar água e a gente ligou para a empresa e disseram que há anos não tinha feito o pagamento, até a conta tivera sido extinta.
A gente nunca ia saber ser não ligasse para a empresa de saneamento, pois o tal do beberrão descobriu um lençol freático no lugar e canalizava-o para o nosso tanque.
Foi um verdadeiro pandemônio quando descobrimos o ocorrido, fizemos o homem pagar na raça, mesmo assim ele nunca se emendava.
Depois de tantas aventuras e estripulias, o coração do nosso amigo não aguentou e teve uma síncope vindo a falecer, deixando dona Joana aliviada, pois ela não aguentava mais as confusões do marido, foi aí que ela veio dizer que eles moravam juntos, mas não eram casados há muito tempo.
A “marvada” da bebida era um grande empecilho para o relacionamento deles, mas mesmo assim quando passamos no bar da esquina percebemos o lugar dele vazio com um jornal esticado, da mesma forma que ele fazia e de vez em quando viúva passa por ali e nós ouvimos um fiu-fiu... , ela jura que é João o nosso Fantasma Beberrão.
Marcelo de Oliveira Souza,IWA
Interessante, conheci um síndico lá no Rio com história e final bem parecido. E tem muitos assim por ai!Gostei! abraço!
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