A nossa diarista!
Hoje em dia é muito difícil encontrar prestadores de
serviços de confiança, independentemente do setor, quando a gente sai do nosso
círculo de confiança, o sofrimento é muito grande, não maior do que a
desconfiança.
Assim quando procuramos uma diarista, começando aquela
dificuldade de ter uma pessoa de confiança entre nós, mas quem escolher?
Após um triste acidente com a nossa vizinha, culminando em
sua morte, a gente ficou de olho na diarista dela, que é uma pessoa de
confiança.
Fizemos o convite e Dona Janete, estava entre nós, três
vezes por semana, onde a mesma já chegou muito falante, como a gente é bem
comunicativo, parece que deu certo.
Não teve esse negócio de timidez, o papo já rolava solto,
onde a gente tinha que sair correndo se não o trabalho meu e dela ficavam para
trás.
O interessante é que onde ela passa as coisas não ficam
mais no lugar, na sua arrumação a gente que é o estranho, pois tudo fica em
lugar diferente.
Numa de sua história ela disse que não faz faxina para
policial, pois morre de medo de tomar carona com ele.
- Se acontecer dos bandidos o identificarem?
Cada casa é um caso novo para ela, como numa
residência onde tinha um papagaio que não tomava água – eu nunca vi isso – ela
com pena deu água ao penoso e o bicho sucumbiu ao precioso líquido.
O seu esquecimento é a sua marca, onde ela troca tudo, até
panetone já foi pro lixo, na confusão dela com dois sacos, de lixo e o da
guloseima.
Quando a filha dela foi ver toda animada o presente do
patrão, era um saco de lixo, levando a menina aos prantos, contudo teve
badameiro que adorou!
Já foram para o lixo nessas confusões: chave,
celular, sombrinha e agora aquele “bicho” caro da loja especializada em
chocolates...
Nessa confusão, chave é brinquedo de perder - não vai só
para o lixo - fica em tudo quanto é lugar, mas felizmente a nossa ainda não
sucumbiu ao seu esquecimento.
Celular para ela tinha que ter seguro, quando não perde, é roubada ou então
cai no chão, tem que ser daquele bem resistente e barato, se não é prejuízo
certo.
Tem um agora que pegou um vírus, que ela não consegue
tirar, quando chega de madrugada, ele sempre grita: “-Mamãe, atende o telefone
mamãe!” assustando todo mundo, que ao tocar aqui em casa, já virou piada.
Entre as sua histórias de diarista, aprendemos a
gostar a cada dia mais dela e dessa vez não vai ter saco trocado, vamos comprar
o panetone sonhado daquela loja chique mesmo!
A nossa diarista é esquecida, mas dos compromissos conosco
jamais se esqueceu, pelo contrário, sempre lembra de dar uma atenção a todos
aqui em casa, merecendo o nosso respeito e admiração que nunca iremos esquecer.
Marcelo de Oliveira Souza,iwa
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