Com a dificuldade de locomoção, principalmente nas cidades grandes, as pessoas apertam ao máximo o cinto para se livrar daquele aborrecimento diário de ser usuário do transporte coletivo, deixando para trás as grandes filas, os empurrões, e o pior: a espera, principalmente quando ficamos horas a fio e o ônibus passa rente sem dar a mínima importância para as pessoas do ponto.
Passada essa fase a euforia é enorme, a independência chega, junto com a satisfação de realizar o sonho; porém como as coisas vão, fica difícil dirigir, diante de tantas infrações causadas por motoristas e quem pensa que são os amadores os maiores vilões, está redondamente enganado, os "profissionais" do volante são os piores, não respeitam ninguém! Fazem tudo que lhe vem na veneta, e nem pense em reclamar se não quiser ser xingado, abordado, agredido ou até assassinado.
Mas não é só isso, não ficamos permanentemente andando de um lado para o outro, o estacionamento é uma história à parte, pois somos extorquidos em todos os cantos; na rua tem a famigerada zona azul, que é administrada pela prefeitura, fora do limite desta, têm os flanelinhas, os estacionamentos privativos são um verdadeiro assalto, só faltam, cobrar o oxigênio para quem vai estacionar, e caso não se dê por satisfeito, nos semáforos somos praticamente obrigados a pagar o insistente que teima em "melar" o pára-brisa ou implorar para ele não fazer essa "caridade".
Para viver em Salvador de ônibus, de carro, ou a pé é um verdadeiro exercício de "baianidade", uma prova de resistência, pois amanhã tem amanhã tem mais.
Marcelo de Oliveira Souza
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