ChatISSIMO
De um tempo para cá ninguém mais aguenta tanto calor na cidade de Salvador, todos se armam como pode, uns procuram ventiladores, outros mais afortunados, vão atrás dos ar- condicionados.
Como Maurício é muito calorento, e já passou há muito tempo da fase dos ventiladores, que no verão parecem que sopram mais devagar, onde a gente coloca no máximo, não vendo nenhum resultado, ele começou a pesquisar os ar condicionados, engendrando no mundo das BTUs , procurando a diferença do ar-condicionado dito portátil e o sprinter.
Ele ponderou muito sobre as vantagens de um e de outro, até que decidiu, pelo portátil, saindo à procura do salvador da pátria, ou do calor.
O rapaz procurou demais, até que um dia viu aquele garotão assoprando com aquele bafo gélido para todos que passam, num dos maiores shoppings da cidade.
O desespero bateu, ele comprou aquele baixinho de quatro rodas, saiu todo maravilhado, passou a tarde todinha tentando instalá-lo, até que conseguiu, tendo que modificar tudinho no quarto por causa da estrela do bafo gélido, que ficou apertado, saiu a cadeira que ficava junto à escrivaninha e entrou o ISSIMO, com todo o vigor.
A cadeira preta com braços, foi para a sala, para ver qual seria o seu destino; com o tempo, ela começou a riscar toda a parede, já o nosso amigo baixinho, gastava muita energia, de cento e cinquenta reais a energia pulou para trezentos valorosos reais, que horror!
Nosso calorento amigo começou a olhar o danado com outros olhos, a cada tempo que passava ele ficava maior, na sua visão, a conta de luz também.
Até que um dia, Maurício viu a cabeça do danado do Sérgio Malandro gritando encima de um carro de bebê, e a propaganda sugerindo a venda das tranqueiras.
Então ele olhou para o "ar" e disse, não é que você modificou a nossa rotina todinha, só falta colocar a cabeça do Supla e gritar: - Papito!
Assim, ele mandou ver no anúncio! Adeus arrrrrrrrrrrrrrrrrrr...
Pouco tempo depois um homem de Itaparica liga e pede a redução do valor, como já havia colocado o ar muito abaixo do valor do mercado, ele não aceitou.
Apareceu outro de nome Tavares, que no dia seguinte apareceu , estava lá todo garboso, com a sua esposa, quando Maurício viu que ele estava acompanhado pela cônjuge, ficou mais tranquilo para abrir a porta.
O homem testou o produto e gostou, pediu uma nota fiscal, o nosso amigo disse que tinha a nota antiga, decidiu riscar o CPF para não ter futuras complicações, Tavares, o comprador, aceitou e saiu carregando o troço sozinho, tentou ajudá-lo, mas o homem não quis, pegando o bichinho pela frente, se molhando todo, mas foi até o seu veículo, indo embora.
Dois dias depois ele liga para Maurício dizendo que o ar condicionado não funciona, ainda questionou que ele deveria ter vendido o aparelho com defeito e que não ia ficar no prejuízo, pois ia procurar os direitos dele.
O clima esquentou, mas como o santo dele é forte, o produto ainda estava na garantia, então nosso personagem sugeriu que fossem à loja, pois lá havia contato direto com a assistência técnica.
A chegar ao caminho da loja, ele pediu a nota para Tavares para apresentar na loja , o homem disse que ia entregar na empresa, ao chegar lá Maurício fez uma estratégia, usou outra nota fiscal original que possuía , pois sabia que a riscada não tinha valor, mas mesmo assim pediu a do comprador indolente, pois ele o tinha ameaçado de agir contra a sua pessoa.
Quando saíram do estabelecimento, nosso personagem foi logo para o lado oposto do shopping , pois quando Tavares se lembrar do vacilo de ter entregado a nota fiscal, nosso amigo já teria ganhado o mundo.
Não demorou dois minutos ele ligou para Maurício, pedindo a nota, que falou para o incauto comprador que não ia dar, pois sabia que ele não tinha boas intenções para com o nosso calorento vendedor. Tavares disse que não era moleque, Maurício disse que se ele não confiava na sua pessoa , então porque iria confiar no dito cujo?
Tavares não gostou nada, mas foi obrigado a aceitar e assim o tempo passou...
Mauricio ligava semanalmente para a oficina e só davam uma resposta: - Está esperando peça de São Paulo, enquanto Tavares ligava para nosso amigo para ouvir a mesma resposta.
No final do ano nosso amigo ligou para a bendita oficina e eles disseram que já estavam levando para a loja.
AnimadISSIMO, Maurício ligou para Tavares, dizendo que o suplício terminara, que o cahatISSIMO tava saindo da quarentena.
Quando o rapaz ligou para confirmar na loja do shopping , eles disseram que foi um engano, que o ar era de um outro Mauricio e que a tranqueira de Tavares ainda estava esperando peça!
E agora? Para falar com o comprador? O jeito foi falar a verdade, pois a verdade é sempre o certo, sendo incômodo ou não.
Tavares aceitou, pois não havia jeito...
O tempo passa, Maurício liga para oficina e por sua vez Tavares liga para ele... Virou o ano e nada...
Lá para fevereiro, nosso personagem liga para a bendita oficina n o v a m e n t e , eles dizem a mesma coisa:
- Estamos espertando peça...
Pouco tempo depois, Tavares liga para Maurício e ouve que estão no aguardo de peça.
O homem não gostou, falou que isso era palhaçada, passar três meses sem o produto, foi aí que Maurício estourou!
Saiu tudo que estava trancado na garganta, disse não ter culpa do comprador avariar o produto, que tava tentando resolver o problema e saiu um monte de coisa...
O comprador disse que queria o dinheiro de volta, o vendedor disse que não ia dar, em resposta sofreu até ameaças e terminou a conversa.
No outro dia, ligam para Maurício:
-Olá senhor, seu pentelho está pronto!
O susto foi grande para nosso personagem, que ligou imediatamente para o problemático, que também não acreditou, marcando para pegar o produto no final da tarde.
Marcaram dentro da loja, testaram o ar e estava tudo certo...
Depois de tanto tempo, o pesadelo termina, mas a lição fica, pois vender produtos pela INTERNET, Papito, pode dar mais prejuízo do que lucro.
Marcelo de Oliveira Souza
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... risos! Adorei o texto.
ResponderExcluirObrigado!
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