Mendigos
Costumamos fazer caminhadas pela cidade, sempre tiramos
fotos e sabemos muito sobre a realidade das pessoas, sobretudo nas cercanias do
nosso bairro, que é centralizado, ficando, pois, relativamente perto de tudo, tanto da praia quanto do centro da
cidade, onde fica o pelourinho,
conhecido dentro e fora do país pelas suas maravilhas históricas e
arquitetônicas.
Entretanto a gente esquece de que nesses
lugares existem cidadãos que não têm os seus direitos constitucionais
atendidos, ficam abaixo da linha da pobreza.
Têm alguns que não estão abaixo dessa
linha, contudo alguns problemas psicológicos fazem com que eles diariamente se
projetem às ruas para pedir dinheiro ou alimentos.
Como existem uns que não residem nas calçadas, mas estão
ali durante o dia, para pedir e voltam
para onde saíram.
Aparece pessoa, que é bem cuidada pela família, sai de
casa arrumado, mas vai passar o dia
inteiro deixando os mendigos tirarem o seu vestuário, ficando entre eles...
A gente vê alguns conversando... Um dia
desses um deles falou para o outro que não toma banho, porque é perda de tempo,
pois não tem como trocar de roupa, não vê sentido em banhar-se, ainda perguntou
ao outro:
-Eu estou certo?
Alguns possuem a pobreza material, contudo não existe a pobreza de alma, são até educados e procuram
contribuir e trabalhar de alguma forma, mas acontece com outros que são extremamente violentos.
Certa vez eu estava comendo uma barra de
cereal e de repente apareceu um que puxou o que eu estava na mão e saiu, eu
fique penalizado, mas ele não tinha um comportamento normal, como muitos que
estão com problemas mentais e perambulam na rua sem destino e não tem
ninguém que possa ajudar.
A gente pratica a política de não dar
dinheiro para mendigos, pois é muito perigoso e não sabemos o que ele irá fazer, costumamos dar alimentos,
mas alguns rejeitam como aquele senhor da padaria,
que dávamos sempre pão para ele, onde chegou
um dia que ele disse não querer pão,
dinheiro sim!
Esse precedente é muito perigoso, até
nas caminhadas, vimos pessoas cobrando dinheiro dos mendigos, até na semana
passada vimos um cara fazendo isso, parecia ser filho adulto dela, que entregou de mão fechada para ninguém
ver, saiu correndo a mão na bolsa e entregou o vil metal duas vezes.
Nesse mesmo lugar, ficamos chocados com
uma situação muito triste, estarrecedora...
A
pouco tempo, um rapaz estava sem perna, prostrado no chão, agarrado a uma garrafa de cachaça, onde todos
passavam sem dar importância, quando nos aproximamos, perguntamos se precisava
de ajuda, ele pediu dinheiro, só queria isso, chegando até a colocar uma nota de dois reais na boca,
foi quando uma senhora se aproximou e a
gente conversou sobre essa triste questão, para ver o que podíamos fazer...
Chamamos
a SAMU que disse não resolver essa questão, algumas pessoas se aproximaram,
dizendo que ele está acostumado a fazer isso, em vários lugares, os parentes o
jogam na rua para ficar pedindo, uma situação que não foi resolvida...
Esse drama social está cada vez maior
onde apesar da crise, o governo está arrecadando muito, mas nenhum tem a
sensibilidade de ver essa situação com “bons olhos”, se eles estão na rua por
um motivo ou por outro, se eles não querem ficar num abrigo, alguma coisa deverá
ser feita, cujas pessoas sensibilizadas são que
estão se juntando para tentar dirimir essa celeuma, enquanto isso a
gente fica brigando entre cobras e lagartos para saber quem vai gerir o país ou
Estado, mas trabalho deles que é bom,
não existe.
Marcelo de Oliveira Souza,IwA
2x Dr. Honoris Causa em Literatura
Instagram: marceleoscritor
Do blog:
http://marceloescritor2.blogspot.com
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