Pânico Noturno
Para quem lê de imediato, pode até pensar que a história é sobre terror, assassinato e muito sangue, justamente o que está em voga nesse momento, pois as pessoas estão cada vez mais centradas em resolver os seus próprios problemas, em consumir tudo o que conseguir e depois, se puder, lutar para pagar aquela "faturazinha", do final do mês.
Mas o Pânico mesmo, que também contribui para assustar a população e diminuir a qualidade de vida é o grande vilão Aedis Eghipt, ele invande as nossas residências devagarinho, põe ovos em quase todos os lugares imagináveis, até no seco ele faz essa proeza e os seres humanos, donos de toda esperteza do reino animal e animalesco, passa a ser vítima de sua própria desinformação e egoísmo.
Quando percebi minhas as vistas doloridas, sabia que algo ruim estava para acontecer, pois o organismo também conversa com a gente, quando deixamos, e ao notar algo errado, notei que era aquela hora de dar uma deitadinha para repor as energias.
A energia foi se esvaindo, as dores aparecendo, coluna-costas-pernas para quem tem quero, já era hora de decisão, mas médico nunca é uma boa escolha, pois um dia a gente vai entrar e vai esquecer de sair desse lugar e quando lembrar vai ser tarde demais.
Como tudo tem a sua hora, enchi-me de coragem e fui lá tentar a sorte, numa ampola de sangue e como aperitivo duas horas de soro era o que precisava para levantar o defunto e receber o veredito: DENG! DENG!
Como um sino de luta de boxe, mais um "round" com aquele inseto ridículo havia começado, não adiantava lamentar, cuidado com ele sempre temos, mas infelizmente vivemos em comunidade e o comum é todos juntos vivendo cada um por si e interferindo na vida dos outros, a maioria incomodando, dando um baita trabalho e vez por outra encontramos pessoas decentes, que vale a pena chamar de ser humano.
Mas enquanto o ser não é humano, apanhamos de todos e de tudo, pela nossa arrogância, até um insetinho do século passado nos domina e pode até nos destruir.
Nesse "round" cheio de dor em tudo quanto é orifício fica fácil saber quem é o vencedor, porque a teimosia do lixo jogado ali no canto do preguiçoso é uma verdadeira trincheira para os "pernilongos" eles agradecem tanto!
Desde a época da Sucan, como dizia a minha avó, sabemos que a água empossada causa foco de mosquito, mas a poça que divide o tico do teco do preguiçoso, é um verdadeiro abismo, que pode vir carregado de muitas informações desencontradas.
Desencontrados então são os médicos de hoje, que têm medo de aviar receita, agora quem dá o diagnóstico é o computador, ele somente coloca os dados, e o doente impaciente, fica ali rezando para ele encontrar um diagnóstico e não fique naquela história de virose, pois essa doença, pode vir camuflada e quando percebermos que é mais um ataque do bichinho, a vítima já está correndo para jogar os suas plaquetas pelo ralo, e como aqui o doador de sangue é um bicho raro, vale a pena tomar cuidado, pois a moléstia é muito traiçoeira.
Mais traiçoeira que você imagina, você vai dormir melhor, mas quando acordar vitorioso perceberá ainda uma coceirazinha gostosa, no dedo do pé, contudo quando tomar consciência, será um verdadeiro horror! Vai ser um tal de cossa-cossa, que toda a sua pele será trocada em alguns dias, o pânico noturno voltará e você só se livrará quando fizer a tal da promessa de escrever um texto bem desaforado para o vizinho preguiçoso, esquecer o cantinho da preguiça para virar gente de verdade, tomando mais cuidado com a saúde da comunidade.
Marcelo de Oliveira Souza
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